Epidemiologia Molecular, Resistência aos Antimicrobianos e Perfil de Virulência de Isolados Clínicos de Klebsiella pneumoniae Resistentes aos Carbapenêmicos

Nome: MIRLA BORGHI SARCINELLI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 23/05/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
RICARDO PINTO SCHUENCK Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS GRAEFF TEIXEIRA Examinador Interno
CIRO CESAR ROSSI Examinador Externo
FERNANDA SAMPAIO CAVALCANTE Examinador Externo
MOISES PALACI Examinador Interno
MONALESSA FÁBIA PEREIRA Coorientador

Páginas

Resumo: Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos (CRKP) representa uma ameaça à saúde pública global devido às limitadas opções terapêuticas disponíveis para o seu controle. O objetivo deste estudo foi analisar a resistência aos antimicrobianos, o perfil de virulência e a epidemiologia molecular de cepas de CRKP isoladas de pacientes em hospitais da Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliado por meio dos testes de difusão em ágar e microdiluição em caldo. Para a detecção dos genes de resistência aos beta-lactâmicos foi realizada a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). A região de inserção do gene blaKPC foi avaliada por meio do sequenciamento completo do genoma (WGS). A presença dos genes de virulência foi verificada por meio de PCR e a virulência in vivo foi analisada utilizando o modelo de Galleria mellonella. O polimorfismo genético foi analisado por meio das técnicas de eletroferese em campo pulsado (PFGE) e tipagem de sequência de multilocus (MLST). O gene blaKPC e diferentes genes que codificam beta-lactamases de espectro estendido (ESBL) foram detectados em todas as cepas, que também foram resistentes a múltiplas drogas (MDR), enquanto algumas incluíam resistência a antimicrobianos de último recurso, como colistina e tigeciclina. Identificamos, por meio da análise da região de inserção do blaKPC, que esse gene foi transportado, principalmente, pelo transposon Tn4401, enfatizando a sua importância na disseminação do blaKPC. O teste usando G. mellonella mostrou a presença de cepas CRKP virulentas no ambiente hospitalar e sugeriu que cepas resistentes à colistina estão associadas a uma maior virulência. O perfil dos genes de virulência foi conservado entre as cepas, não se correlacionando com os resultados obtidos em G. mellonella, mostrando que a virulência desses patógenos é complexa e multifacetada. A análise por meio do MLST revelou oito diferentes tipos de sequências (ST11, ST37, ST147, ST340, ST384, ST394, ST437 e ST628), sendo duas (ST628 e ST394) relatadas pela primeira vez no Brasil. A cepa 2B apresentou a região de inserção do blaKPC diferente das demais, onde o Tn4401 foi modificado com a inserção do elemento Tn5403, fornecendo evidências de uma nova região de inserção do blaKPC-2 em uma cepa ST11 pertencente ao CC258, considerado um clone de alto risco. Em conclusão, este estudo demonstrou a disseminação de cepas CRKP-MDR virulentas em hospitais da Grande Vitória, com destaque para a presença de cepas CRKP-MDR do ST628 altamente virulentas, mostrando que clones virulentos e resistentes podem emergir. Além disso, reforçou a importância do uso de ferramentas genômicas para a vigilância epidemiológica da CRKP, pois estas podem contribuir para o entendimento da evolução molecular dessas cepas, auxiliando no rastreamento e controle de sua disseminação.

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